quinta-feira, 5 de maio de 2011

Da revolução para eliminação: Falcão aposta, volta atrás e Inter empaca

Alexandre Lops/AI Internacional
A eliminação para o Peñarol, dentro de casa, põe em xeque os planos de Paulo Roberto Falcão no Internacional. É verdade que o treinador – que ficou comentarista por 15 anos, está há pouco tempo no cargo. Mas seu discurso de chegada foi tão forte e suas convicções eram tão peculiares que geraram grande expectativa. O tropeço para os uruguaios, porém, veio justamente na hora em que o ‘rei de Roma’ voltou atrás em suas apostas e escalou somente um atacante.

No começo de trabalho, Falcão lançou mão de um time inspirado no 4-4-2 inglês. Com o meio-campo sem divisões. Todos os jogadores alinhados. Com os articulares abertos, explorando os flancos. Assim, os laterais ficavam mais atrás. Na frente, revezamento na figura central, mas com a companhia de um segundo homem.
Tanto na apresentação, quanto nas entrevistas seguintes, Falcão sempre citou a palavra ‘alegria’ e chegou a falar em quebra da mesmice no futebol. Alimentando uma revolução no jeito de jogar. Respaldada pelo seu cuidado com a difusão de informações quanto ao seu time. Sendo assim, quase todas as atividades táticas dos primeiros dias foram com portões fechados. Sem imprensa, nem torcida.
Em campo, vitórias. Diante de Santa Cruz, Emelec e Juventude. Nada de futebol vistoso, de encher os olhos. Mas a escassez de tempo amenizava uma cobrança mais dura. O período curto era aliado de Falcão.
A formação se modificou após o quarto jogo. Contra o Grêmio, na decisão do segundo turno do Gauchão, o segundo atacante de origem desapareceu. Oscar entrou no time. E em muitos momentos o jovem ex-São Paulo se desgarrou do ataque e montou a linha de três articulares. Fato negado por Falcão após a vitória nos pênaltis. “O esquema foi o mesmo”, disparou.
Tem que ter coragem para jogar futebol. Não é comigo botar dois volantes a mais. Se meu time fosse fraco, metia um retrancão. Quero o resultado, sim. Mas meu time tem que jogar bem
Comentou Falcão, no dia 19 de abril, ao falar sobre vencer jogando pouco
Ainda no clássico, o ex-jogador promoveu mudanças polêmicas. Sacou Oscar para entrada de Wilson Matias – logo após a expulsão de Guiñazu, e ainda ousou colocar Juan na vaga de Andrezinho. O comandante não viu ligação, mas após as mexidas o Grêmio foi para cima e empatou. Levando a partida para as penalidades.
Contra o Peñarol, o mesmo filme. O mesmo esquema. Oscar em campo, Leandro Damião sozinho na frente. A vitória parcial, construída logo a um minuto de jogo, também tinha a inconstância de outras oportunidades. Quando os uruguaios viraram, o pavor tomou conta. Falcão imediatamente chamou Ricardo Goulart. A modificação causou grande estranheza. Rafael Sóbis e até Cavenaghi eram preteridos pelo jovem, que não vinha sendo utilizado antes.

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